Durante o dia, várias eram as ocasiões em que se sentia só. Sentia-se só, quando se sentava na mesa do canto do café e fumava o seu cigarro em baforadas lentas, observando o fumo atravessar o lugar vazio à sua frente. Sentia-se só quando passeava pelas lojas, experimentando conjuntos ousados, que o faziam desejar ter alguém que lhe desse uma opinião. Sentia-se só quando ia para as aulas, sabendo que naquele anfiteatro cheio de jovens estudantes como ele próprio, não haveria ninguém que lhe guardasse o lugar se chegasse atrasado. Sentia-se só quando se deitava de noite, por não ter o calor de um homem a quem se agarrar, a quem beijar sofregamente, na esperança de fazer toda aquela solidão desaparecer (...)
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